sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Casa da Laura fecha as portas
amigos de longa data,
em breve postarei as novis = mas em novo endereço de Blog ,que será enviado a vocês por e-mail.
A Fábrica de idéias não parou!
Obrigada a cada um que passou por aqui....
o arquivo fica,de poesias,momentos e histórias que serviram de aprendizado. por isso ñ vou excluir o Blog.
parece redundante não é? num post escrevo sobre aniversário,no outro sobre o fim.
aniversário não é renovar-se?
Ressurgirei só para os queridos.
Até breve!!!!
Luz e Paz,
Laura
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Aniversário do Blog!
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Acorrentados
Paulo Mendes Campos
Quem coleciona selos para o filho do amigo; quem acorda de madrugada e estremece no desgosto de si mesmo ao lembrar que há muitos anos feriu a quem amava; quem chora no cinema ao ver o reencontro de pai e filho; quem segura sem temor uma lagartixa e lhe faz com os dedos uma carícia; quem se detém no caminho para ver melhor a flor silvestre; quem se ri das próprias rugas; quem decide aplicar-se ao estudo de uma língua morta depois de um fracasso sentimental; quem procura na cidade os traços da cidade que passou; quem se deixa tocar pelo símbolo da porta fechada; quem costura roupa para os lázaros; quem envia bonecas às filhas dos lázaros; quem diz a uma visita pouco familiar: Meu pai só gostava desta cadeira; quem manda livros aos presidiários; quem se comove ao ver passar de cabeça branca aquele ou aquela, mestre ou mestra, que foi a fera do colégio; quem escolhe na venda verdura fresca para o canário; quem se lembra todos os dias do amigo morto; quem jamais negligencia os ritos da amizade; quem guarda, se lhe deram de presente, o isqueiro que não mais funciona; quem, não tendo o hábito de beber, liga o telefone internacional no segundo uísque a fim de conversar com amigo ou amiga; quem coleciona pedras, garrafas e galhos ressequidos; quem passa mais de dez minutos a fazer mágicas para as crianças; quem guarda as cartas do noivado com uma fita; quem sabe construir uma boa fogueira; quem entra em delicado transe diante dos velhos troncos, dos musgos e dos liquens; quem procura decifrar no desenho da madeira o hieróglifo da existência; quem não se acanha de achar o pôr-do-sol uma perfeição; quem se desata em sorriso à visão de uma cascata ; quem leva a sério os transatlânticos que passam; quem visita sozinho os lugares onde já foi feliz ou infeliz; quem de repente liberta os pássaros do viveiro; quem sente pena da pessoa amada e não sabe explicar o motivo; quem julga adivinhar o pensamento do cavalo; todos eles são presidiários da ternura e andarão por toda a parte acorrentados, atados aos pequenos amores da armadilha terrestre.
Texto extraído do livro "O Anjo Bêbado", Editora Sabiá - Rio de Janeiro, 1969, pág. 105.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Presente para os olhos, afago para a alma
POESIA NO METRÔ: PAREDES DE ESTAÇÕES E TRENS EXIBEM POEMAS CONSAGRADOS
O projeto “Poesia no Metrô” estreou nesta terça-feira (20/10). Trata-se de um dos maiores programas de leitura de poemas em língua portuguesa já realizado. Os usuários que passaram pela Estação Vila Madalena (Linha 2- Verde) no final da manhã puderam conferir o sarau que marcou o início do projeto. No evento, poemas de grandes autores foram declamados por poetas como Marcelo Tápia (do grupo de Haroldo de Campos), Micheliny Verunshk, Cláudio Willer, Frederico Barbosa e Carlos Figueiredo, idealizador do projeto.
“Precisamos de transporte, assim como precisamos de respeito. Melhorar a vida das pessoas é uma tarefa do coração. É preciso se importar, ver que as pessoas precisam de trens, estações e também de poesia”, afirmou José Luiz Portella, secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos. Também estiveram presentes no evento os presidentes do Metrô, José Jorge Fagalli e da EMTU/SP – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, Julio de Freitas.
ProjetoPor meio do “Poesia no Metrô”, a Estação Vila Madalena (Linha 2-Verde) passa a exibir alguns dos poemas mais representativos de nossa língua. Entre os 21 autores selecionados estão Camões, Alphonsus de Guimarães, Gonçalves Dias, Augusto dos Anjos, Castro Alves, Olavo Bilac, Fernando Pessoa, Florbela Espanca e Carlos Drummond de Andrade.
Nessa primeira etapa foram selecionados 42 poemas, que ficarão expostos durante três meses, por meio de adesivos, em tamanhos grandes, para serem lidos mesmo a distância. No total, estarão em 34 pontos das estações da Linha 2-Verde, além do interior dos seis novos trens. Ao longo da semana, outras sete estações e os trens da linha também receberão os textos.
O “Poesia no Metrô” busca utilizar espaços públicos para difundir a arte e provocar nos usuários o interesse pela leitura. A expectativa é que a segunda etapa comece em janeiro de 2010, ocupando espaços fixos usados para exposições de poemas.
Amar - Carlos Drummond de Andrade
Que pode uma criatura senão,
senão entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.
fonte: http://www.metro.sp.gov.br/aplicacoes/news/tenoticiasview.asp?id=65651CAFD0&categoria=6561F2&idioma=PO
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Festa
Gonzaguinha
Composição: Gonzaguinha
Sol vermelho é bonito de se ver,
Lua nova no auge que beleza,
Céu de azul bem limpinho é natureza,
Em visão que tem muito de prazer,
Mas o lindo pra mim é céu cinzento,
Com clarão entoando o seu refrão,
Prenúncio que vem trazendo a lenda,
A chegada da chuva no sertão,
Ver a terra rachada amolecendo,
A terra dos pobre enriquecendo,
O milho pro céu apontando,
Feijão pelo chão enramando,
E depois pela safra que alegria,
Ver o povo todinho num vulcão,
A negrada caindo na folia,
Esquecendo das magoas sem lundu,
Belo é o recife pegando fogo,
Na pisada do maracatu.
http://letras.terra.com.br/gonzaguinha/887302/
terça-feira, 4 de agosto de 2009
FELICIDADE
Um jeito, um gesto
Um golpe de ternura
E a vida volta logo pro lugar
Uma palavra é uma coisa dura
Só sentimento pode libertar...
O tempo faz o jogo
Dos desejos
Eu sei que você sabe
Esperar
O dia amanhecer
Por entre os dedos
E aí saber que o sonho
É bom demais...
Felicidade
Brilha no ar
Como uma estrela
Que não está lá
É uma viagem
Doce magia
E uma ilusão
Que a gente não escolhe
Mas que espera viver
Um dia...
Felicidade
Quando estou em sua
Companhia
Brilha no ar
E nos seus olhos
Me deixou brilhar
Felicidade
Eu vejo aquela estrela
Fantasia
Mesmo sabendo que ela não
Está lá...
Felicidade
Brilha no ar
Como uma estrela
Que não está lá
Conto de fadas
História comum
Como se fosse
Uma gota d'água
Descobrindo
Que é o mar azul...
Felicidade
Brilha no ar
Como uma estrela
Que não está lá
Conto de fadas
História comum
Como se fosse
Uma gota d'água
Descobrindo
Que é o mar azul
Descobrindo
Que é o mar azul...
Felicidade...
http://letras.terra.com.br/fabio-jr/45840/